Ciao!!!
Eu já havia planejado ler
este livro, que veio para minha casa em uma das minhas compras na Wook em 2013, para publicar hoje, quando o gajo completa 29 anos. O fato de ele ter
sido escolhido Bola de Ouro
na votação promovida pela
Fifa e pela revista France Football só aumentou a curiosidade em saber mais
sobre ele do que me acostumei a ouvir e ler na imprensa brasileira.
Cristiano
Ronaldo: Sonhos Realizados – Enrique Ortego - Everest
(2010 – Everest Editora)
Tenho uma leve intuição de
que o Enrique Ortego é o biógrafo oficial do Real Madrid. Ele também assina os
livros sobre Íker Casillas e Sergio Ramos (sim, eu também tenho. Deve ser a leitura de março). E receber um
personagem com tanta história para contar, como Cristiano Ronaldo, deve ser uma
maravilha. E justamente por isso, considerei que eles foram apressados em
lançar esse livro em 2010 e mantê-lo a venda em 2013 com a mesma edição
original. O livro pega o início da jornada de CR7 em Madrid, passa mais tempo
narrando a vida dele para chegar até lá do que o que ele já fez com a camisa
Merengue em quase 5 anos de time (para quem lê agora). Então é um livro que
agrada (parcialmente) aos fãs do jogador, (bastante) aos torcedores do
Manchester United e (mais ou menos) aos torcedores do Real Madrid. Só me resta
torcer para que o livro seja atualizado, porque o melhor dele no Real Madrid e
o fator que mudou a vida dele – a paternidade – aconteceram depois.
Seguindo o padrão das
biografias lançadas com o selo do clube, temos muitas fotos pessoais em
diferentes fases da vida de CR7 (e as fotos dele pequeno reforçam a
impressionante semelhança com o filho. O menino é praticamente um mini-me, a
diferença é que o pai tinha o rosto mais cheio). Gostei das frases de abertura
de cada capítulo, escritas com a letra do biografado (inclusive em um deles,
eles deixaram até a forma como ele consertou uma palavra errada).
No mais, muito do que foi
falado está lá: menino nascido em bairro pobre na Ilha da Madeira encontrou no
futebol uma forma de mudar a vida, não só dele, mas de toda a família. Para
isso, foi aos 12 anos para Lisboa, negociado pelo time de origem em troca do
perdão de uma dívida. Teve que ficar morando no alojamento do Sporting, longe
da família e pensou em desistir. Parou de estudar muito cedo para se dedicar ao
futebol. Foi observado por vários clubes (até hoje penso no arrependimento de
Arsenal e Inter que preferiram esperar que ele ficasse mais velho), mas o
português Carlos Queiroz, que trabalhava no Manchester United, convenceu o time
inglês a ser mais rápido. Nos Red Devils, trabalhando com Alex Ferguson, o
talento de CR7 explodiu – ele chegou como coadjuvante de Kleberson (a maioria
de vocês talvez se lembre dele na Copa de 2002) e teve o talento lapidado. Em
2008, fez uma temporada arrasa-quarteirão, ganhou todos os troféus com o clube
e todas as premiações individuais. Neste meio-tempo, defendeu a Seleção
Portuguesa, nas Euros de 2004 (em Portugal, onde o time chegou à decisão, mas
perdeu para a Grécia) e de 2008. Aí na temporada 2009/2010, ele se transferiu –
pelo mais alto valor até então pago por um jogador – para o Real Madrid. O
livro abre narrando a chegada dele, a apresentação que reuniu público de jogo
no estádio Santiago Bernabéu.
O livro destaca a ligação
com a família – o cunhado o acompanha como fiel escudeiro, ao lado do
empresário -, o papel da mãe no futuro dele (isso eu não sabia e gostei muito:
ela tomou todas as decisões iniciais da carreira dele – queria que ele jogasse
no Nacional, da Ilha da Madeira e ele acabou lá. Depois queria que ele fosse
pro Sporting, porque era o time do Figo, de quem ela era fã, e ele foi...), o
fato de adorar crianças e ser apegado aos sobrinhos (nesta época, ele ainda não
era pai); comenta, mas não aprofunda, sobre a perda do pai (ele tinha 20 anos,
estava concentrado com a seleção e Felipão e Luis Figo deram a notícia a ele).
Se você está curioso para
saber mais sobre ele, o livro te oferece um bom retrato. Positivo, claro. Com
os defeitos previsíveis – ele é competivivo, não gosta de ficar em segundo
lugar, chorão e vaidoso. É uma opção para quem não quer se limitar pelo que é
dito na imprensa, especialmente a brasileira, sobre ele. Digo isso, porque
durante muitos anos, ele foi retratado como “presepeiro”, “marqueteiro”,
“pirracento”, “vaidoso” e “metrossexual” (aliás, um dos principais xingamentos
contra ele é “CR7 é gay”, resultado desta mentalidade hipócrita de que
homossexuais são pessoas inferiores presente na sociedade e no mundinho do
futebol, que só pode ser jogado por macho. Preciso dizer o quanto isso é
ridículo?). De repente, neste ano, houve uma súbita paixão da imprensa
brasileira por CR7 às vésperas da Bola de Ouro. Permitam-me uma análise do
motivo: infelizmente não se deve apenas à valorização do amadurecimento e do
talento do atleta, mas ao fato de que todos vão transmitir a Copa do Mundo.
Desvalorizar um dos principais nomes do evento diminui o atrativo do produto
que será oferecido. Sim, pensamento cético, mas isso é a vida. E posso falar
isso porque durante bom tempo em que CR7 esteve no Manchester United eu o
detestava, com todo aquele rancor de quem vê o melhor jogador adversário marcar
contra o time que ama (os jogos contra o Liverpool, por causa da rivalidade
entre as cidades e as equipes eram muito tensos). Os fatos que me fizeram mudar
o pensamento sobre ele foram a ida para o Real Madrid (se eu não lidasse com o
rancor, não conseguiria ver os jogos), a forma como resolveu com a “rivalidade”
que a imprensa tentou criar entre ele e Kaká – os dois viraram amigos de
infância e a paternidade. Quem viu as manchetes antes e depois, percebe o
quanto ele cresceu. O filho o transformou em homem – e olha que pela minha
observação isso nem sempre acontece. Passei a respeitá-lo. Comecei a gostar
dele pelos defeitos e hoje compro briga. Não sou tão xiita em achar que temos
que polarizar CR7 x Messi, mas prefiro o português sem desmerecer os méritos do
argentino (sobre o argentino me irrita profundamente a santificação que a
imprensa faz dele. Parece um enviado pelos céus para nos guiar neste mundo de
infiéis. Menos, né? Ninguém é tão sem defeito assim...)
- Links: comercial para
Emporio Armani vídeo e foto;
comerciais para a Nike com Rafa Nadal (ELIS!!!); Take it to the next level (aqui ele é participação especial); Write the future (não sou fã da Nike, mas este comercial, que ganhou fama de amaldiçoado para a
Copa de 2010 é muito bom); 2013.
E os árabes devem ter pago fortuna para esse comercial do CR7 com Messi.
Ah, ele também é o protagonista de um dos vídeos de Boas Festas do Real Madrid (o clube divide os jogadores em pares nas gravações – divirtam-se com os erros de gravação) e em um vídeo especial de Natal do clube (amo a música que eles
usaram).
Sobre a vitória na Bola de Ouro, vídeo de crianças portuguesas com a camisa do Sporting vendo o anúncio de CR7 melhor do ano;
cobertura do site Headbands and Heartbreaks 1,
2,
3;
e link para o especial que o Esporte Espetacular fez sobre ele em 2013.
Informação sobre o livro na Wook e outros livros do autor no LdM.
Bacci!!!
ps.: Bem que podiam escalar Enrique Ortego para uma biografia oficial do Xabi Alonso...
Eu tinha antipatia por ele graças a suas atitudes e aos seus gestos que eu vi em campo às vezes pelo televisor, mas não pensava mais sobre ele em alguns dias. Sua postagem fez com que eu criasse alguma simpatia por ele nesse momento ... ^^
ResponderExcluironde vc encontrou esse livro? gostaria de ler...
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