Ciao!!!
Confesso que foi uma leitura
de altos e baixos. Amei algumas coisas e detestei uma personagem, pela total
falta de empatia com ela.
Naomi
& Ely e a lista do não beijo – David Levithan e Rachel Cohn – Galera Record
(Naomi & Ely’s no Kiss
list - 2007)
Personagens: Naomi; Ely;
Bruce, o Primeiro; Bruce, o Segundo; Gabriel; moradores d’O Prédio
Naomi & Ely são
praticamente uma “entidade única” já que são vizinhos e melhores amigos desde
sempre. A amizade entre eles sobreviveu inclusive à confusão armada pelo caso
extraconjugal do pai de Naomi e uma das mães de Ely. No entanto, eles tinham uma
norma, a “lista do não beijo”, composta e atualizada pelos homens a quem ambos não
poderiam beijar. Só que Ely descumpre a lista em alto estilo: beijando Bruce
Segundo, o então namorado de Naomi. Com isso, toda a dinâmica d’ O Prédio será
abalada porque nada mais será o mesmo entre os ex-amigos para sempre
inseparáveis.
Comentários:
- Passei o livro inteiro me
estapeando com a Naomi. #prontofalei
Esqueça adolescentes idealizados e fofos ou as contrapartidas torturadas e sombrias. Temos aqui
pessoas normais com vidas normais. Aliás, caso você não repare, vou antecipar,
há uma incrível diversidade entre os personagens da trama, seja de origens,
seja de raças e seja de condutas pessoais. E apesar de Naomi e Ely estarem no
título, eles não são os únicos narradores. Cada capítulo tem pelo menos um
narrador diferente – há alguns de narrativas divididas. Há dois capítulos que
dialogam diretamente: o segundo responde ao primeiro.
- O livro gira em torno da
amizade e do rompimento entre Naomi e Ely. O estopim foi que Ely e Bruce, o
Segundo se beijaram e o amigo contou a Naomi, que fingiu não ser nada demais,
até estourar. Mas pode tirar o cavalinho da chuva se você achou que foi por causa
do namorado. O problema é que Naomi não conseguia aceitar o fato de Ely não
desejá-la (como todo o resto do universo). E aí o motivo da minha briga com a
personagem. ELY É GAY. ELY GOSTA DE RAPAZES. Naomi não é um rapaz, portanto...
- Pois é, a maior parte da
trama temos esse óbvio ululante para todo mundo no livro e fora dele, menos
para a protagonista. Bonita, sedutora, carismática, envolvente, Naomi está
acostumada a atrair a atenção, ela deseja e, em alguns casos, (Bruce, o
primeiro) a alimenta. No entanto, desde o início, somos apresentadas ao fato de
que, quem ela mais deseja, o melhor amigo (que é HOMOSSEXUAL), não retribui o
que ela sente por ele. Óbvio. De tão óbvio, fica irritante o fato da criatura
passar 90% dando murro em ponta de faca. À toa.
- Ok, Ely também não é
santo. Está acostumado a ser o cara “T&C” (que transa e corre). Parte corações
porque não se apega excessivamente a ninguém. Até reparar no namorado da amiga.
Até acontecer o beijo que também o deixa confuso. Então a jornada dele no livro
é entender o que sente por Bruce, o Segundo, tentar não assustá-lo nem se
assustar com isso. E recuperar a amizade rompida com Naomi. Porque ela pega
pesado com ele, fazendo o possível para magoá-lo. O que me irritou foram os
motivos dela. Foi a vingança por ser preterida até pelo namorado que ela tinha “para
constar”. A essa altura eu já estava perguntando se seria necessário um outdoor
para ela se mancar de que o sonho infantil em se casar com Ely e ter uma
família não vai ocorrer porque ele é GAY e ela é uma GAROTA. Portanto, amizade
é o que pode haver entre eles. Ele não a deseja. Nem a desejará.
- Enquanto isso, a gente
acompanha a jornada dos Robins, a Robin-mulher e o Robin-homem, que são os
amigos mais improváveis onde começa a surgir uma atração. Percebe o impacto na
mãe de Naomi da traição do marido com a vizinha lésbica. Vê a rotina dos
insones d’ O Prédio. Percebe os sonhos de Gabriel, o porteiro gato que atrai a
atenção dos moradores (inclusive Naomi e Ely) que tem uma banda nas horas
vagas. Acompanha ainda o impacto do amor platônico, quase obsessivo, de Bruce, o
Primeiro, por Naomi e como isso tira do sério até a irmã gêmea dele, Kelly. E se
emociona com as dúvidas de Bruce, o Segundo, ainda perdido em entender os
próprios sentimentos, porque ele não se sente digno de atrair a atenção de
Naomi e muito menos a de Ely, ambos com personalidades mais magnéticas e
vibrantes que as dele.
- Apesar da toada “Ely não
me ama, Ely não me quer” de Naomi, a sem-noção, o livro tem ritmo – graças aos
diferentes narradores. Ele resolve bem as jornadas que apresenta. Dá o rumo a
quem estava perdido em sonhos inúteis ou em uma rotina que confortava e
confinava. Aliás, devo dizer que o capítulo onde um dos personagens explica
porque se identificava com os X-Men é de uma beleza maravilhosa. É um dos meus
favoritos, ao lado dos capítulos das playlists (mesmo eu não conhecendo algumas
delas). Ah, como vocês sabem da minha falta de simpatia pelo autor é previsível o que direi: abria mão das citações tipo "minuto de sabedoria" de livros do Nicholas Sparks. Mas nada tira de Naomi o troféu "quase estraguei sua leitura". Eu a achei uma chata egoísta de
galochas. Ela realmente precisava de um sacode para entender o que deveria
fazer para ser feliz.
- Links: Goodreads autora, autor, livro; site da Rachel Cohn; site do David Levithan; outros livros do David Levithan no Literatura de Mulherzinha.
Bacci!!!
opa fiquei curiosa ;O parece bem engraçado haha já vai para minha lista
ResponderExcluirUh, mas que confusão !!! Porém eu confesso claramente que eu não lerei este livro porque ele tem dois elementos estressantes pessoais que irão estressar-me muito, o que eu não pretenderia que acontecesse sem razões últimíssimas: mulher sem noção (que é coisa quase irremediável, com indicação de matar em ninho) e traição entre amigos (que não é pior que traição entre amantes, mas tem quase patamar igual).
ResponderExcluir