Sabe
lá o que é ser adolescente e sofrer um baque na aparência? E passar a ser
ridicularizada por isso? É a história que Meg Haston conta aqui, da queda e
busca de ascensão social da garota mais popular da escola.
Óculos, aparelho e rock n’
roll – Meg Haston – Intrínseca
(How
to rock braces and glasses - 2011)
Personagens:
Kacey Simon e demais alunos da escola Marquette
Kacey
Simon, a mais popular e influente aluna da escola de ensino fundamental Marquette,
ainda não sabe, mas o mundo como ela conhece está prestes a virar de ponta
cabeça. Por causa de uma inflamação nos olhos, devido ao uso incorreto da lente
de contato, ela agora teria que usar óculos. Como desgraça pouca não é bobagem,
também se tornou imperativo o uso de aparelho dentário para corrigir uma
imperfeição. Desta forma, longe da aparência perfeita, ela despencou no status
social no colégio e teria que aprender a ser alvo da piedade que ela nunca
demonstrou aos outros...
Comentários:
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Se você já viu o filme Meninas Malvadas, entende bem o clima onde se
passa essa trama: o típico colégio americano onde as pessoas são categorizadas
por estereótipos. E aquelas alunas/alunos de personalidade mais dominante
lideram a forma de pensar no grupo. É o caso da Kacey Simon, a filha de uma
jornalista importante na cidade, que também tem seu “sexto sentido de
jornalista”. Ela alega que isso a alerta de que forma agir. Ela tem um programa
ao vivo na rede de TV interna da escola, onde recebe cartas e dá conselhos – na
maioria das vezes, nada gentis – aos colegas que escrevem.
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Até que um descuido com a lente a fez usar óculos e um problema fez com que ela
tivesse que usar aparelho ortodôntico. Ao ser desprovida do mito de sua perfeição,
Kacey viu seu mundo perfeito desabar. Ela não era mais a que ditava a moda e as
tendências. Não conseguia falar porque o aparelho a deixou com a língua presa. Os
planos de estrear o musical Garotos e
Garotas e ser beijada pelo Quinn subiram no telhado e por lá ficaram ao léu. Ainda
mais porque ela foi gongada e abandonada pelas melhores amigas, especialmente
por Molly, que queria ser a nova Kacey. (Sobe som: Eu sou a diva que você
quer copiar, Vanessa Popozuda)
-
Abandonada ao ostracismo – e inconformada com isso – Kacey recebe ajuda
inesperada, de uma ex-amiga que ela abandonou e tem pretensões políticas na
escola. Paige Greene elabora uma estratégia que para Kacey recuperar o prestígio
perdido, desde que ela a ajude depois na campanha interna. O plano envolve se
aproximar do garoto que Molly desejava, Zander, vocalista de uma banda, que
achava que se Kacey cantasse, se entenderia melhor com o aparelho ortodôntico.
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Sim é livro para pré-adolescentes e adolescentes. Então, você deve estar se
perguntando, por que a blogueira – que já passou desta fase – incluiu na
compras durante a Bienal de 2013 (sim, aos poucos, bem devagar, estou lendo tudo
que comprei)? Simples, porque eu uso óculos desde os 15 anos e usei aparelho depois
dos 22, quando comecei a trabalhar e pude pagar o tratamento. Quanto aos
óculos, não foram problemas, porque eu sempre quis usar. Achava bonito,
refinado, inteligente. Tanto que nunca tentei por lentes porque adoro meus “quatro
olhos”.
- Em contrapartida, eu ODIAVA o aparelho. E teria que usar, porque meus dentes eram muito tortos, todos resolveram inovar e nasceram fora dos devidos lugares. Foram mais de cinco anos com ele. Chegou ao ponto que até me assustei quando o dentista falou que já era hora de tirar. Há um tempo estava rolando uma modinha de fingir que usava aparelho. Deu vontade de levar os que embarcaram nessa marmota para a cadeira do dentista e mandar fazer o meu tratamento. Não é moda. É necessidade. Corrige e ajuda a mastigar e respirar melhor. E não resolve da noite para o dia. Precisei de ANOS para tudo terminar nos lugares onde deveriam estar desde o início. No meu caso, doeu. Doeu muito. Doeu a ponto de eu parar de comer coisas que eu gostava. Doeu a ponto de perder peso. Doeu a ponto de chorar. Doeu a ponto de virar um monstro incontrolável no dia que tinha que apertar. Então nem venham com essa modinha ridícula pro meu lado. Por isso tudo, resumindo, o título me convenceu a ler.
- Em contrapartida, eu ODIAVA o aparelho. E teria que usar, porque meus dentes eram muito tortos, todos resolveram inovar e nasceram fora dos devidos lugares. Foram mais de cinco anos com ele. Chegou ao ponto que até me assustei quando o dentista falou que já era hora de tirar. Há um tempo estava rolando uma modinha de fingir que usava aparelho. Deu vontade de levar os que embarcaram nessa marmota para a cadeira do dentista e mandar fazer o meu tratamento. Não é moda. É necessidade. Corrige e ajuda a mastigar e respirar melhor. E não resolve da noite para o dia. Precisei de ANOS para tudo terminar nos lugares onde deveriam estar desde o início. No meu caso, doeu. Doeu muito. Doeu a ponto de eu parar de comer coisas que eu gostava. Doeu a ponto de perder peso. Doeu a ponto de chorar. Doeu a ponto de virar um monstro incontrolável no dia que tinha que apertar. Então nem venham com essa modinha ridícula pro meu lado. Por isso tudo, resumindo, o título me convenceu a ler.
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Como disse, bom livro para levar para salas de aulas para discutir estas
temáticas que tem muito a ver com a faixa etária: a classificação dos grupos em
“castas” e o fato de que uns se impõem sobre os outros, se valendo de
estereótipos e do bullying. Ele força a uma dessas criaturas que se achavam
acima do bem do mal a ser olhada e vivenciar a forma como ela mesma antes
tratava os outros. E ela não suporta, porque parece ser divertido maltratar
fazendo de conta que é “sincero”, exceto quando você é o maltratado.
- As pessoas são sempre mais que aparentam. Não são os óculos nem o aparelho que definem totalmente um ser humano. Daí a minha revolta que toda vez que rola uma história “patinho feio” e a solução apresentada pelos criadores passa por some com os óculos, alisa o cabelo, emagrece e, se possível, some com o aparelho. Fala sério. A mudança é de atitude, precisa de bases internas para sustentar o reflexo na aparência.
- As pessoas são sempre mais que aparentam. Não são os óculos nem o aparelho que definem totalmente um ser humano. Daí a minha revolta que toda vez que rola uma história “patinho feio” e a solução apresentada pelos criadores passa por some com os óculos, alisa o cabelo, emagrece e, se possível, some com o aparelho. Fala sério. A mudança é de atitude, precisa de bases internas para sustentar o reflexo na aparência.
- Gostei
e me diverti com as agruras da abelha-rainha que se torna patinha feia
achincalhada. Eu me lembrei de momentos que eu parecia uma mistura de Taz com
Donald e Patolino quando tentava falar. Ri da pretensão dela de ser uma jornalista e
em agir como ela acha que uma jornalista age. Tem uma sequência, não sei se foi
publicada em Português. Se achar, compro para ver o próximo capítulo das
aventuras do crescimento de Kacey e amigos.
- How
to rock braces and glasses - Óculos, aparelho e rock n’ roll
- How to rock break-ups and make-ups – ainda não lançado no Brasil
-
Links: Goodreads, perfil da autora no Facebook.
Bacci!!!
Isto foi uma ideia interessante ! Eu nunca havia pensado nessa historia ao inverso: uma menina linda e popular sendo transformada em uma menina de aparelho e oculos, que caiu em seu status escolar social. Eu nunca enfrentei dificuldades com aparelho porque nunca precisei utilizar, mas eu ouvi toda especie de insulto por utilizar oculos desde meus dois aninhos de idade, desde escolinha ate terceiro colegial. Vinganca legal !!!
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