Ciao!!!
A
autora Tuca Hassermann disponibilizou para algumas blogueiras o novo livro dela “Um brinde aos que vão morrer”. É
totalmente diferente do outro livro que li dela, O Príncipe e a Plebeia.
Em tempo
de personagens femininas dominantes, será difícil permanecer indiferente à Quilly
Jensen.
Um brinde aos que vão morrer – Tuca
Hasserman
(2015
– Amazon)
Personagens:
a saga de Quilônia Jensen para conseguir marido rico
Filha
de mãe mineira, cristã devota, e pai americano, Quilônia Jensen tinha uma meta
na vida: ser a esposa de um homem rico. Trabalhando em um escritório de
advocacia, encontrou o homem perfeito: o chefe Jorge Azevedo. Havia alguns
contratempos a serem resolvidos: ele era casado e já tinha uma amante. Na escalada
de um plano bem sucedido, ela mostra inteligência, frieza, habilidade para
manipular as situações a seu favor. No entanto, ao conseguir o que deseja, nem
mesmo a esperta Quilly estaria preparada para tudo o que teria que enfrentar.
Comentários:
- É
um romance policial, narrado em primeira pessoa por personagens variados. Ao invés
de um narrador onipresente e onisciente, a autora nos coloca na mente do
personagem para entender suas ações, reações e sentimentos. Sob este ponto de
vista, funciona bem, porque alguns personagens interpretam conforme seus
interesses e quem lê sabe as motivações de cada um. No entanto, algumas
transições entre os personagens não ficaram claras. Em vários momentos me vi
lendo pensando que era uma pessoa e era outra.
-
Quilly é uma anti-heroína. Porque está longe do padrão de protagonista feminina
majoritariamente encontrado por aí: a moça de boas intenções que enfrentará uma
jornada de dificuldades, obstáculos, rivais para alcançar o objetivo (Sucesso? Casamento?
Riqueza?). Quilly tem uma meta: casar com um homem muito rico e levar vida de
madame. Ela mantém a coerência de um código de conduta próprio e é direta em
sua narrativa, além da forma como lida com os demais personagens – o que pode
soar cruel, seco, manipuladora, ambiciosa. No entanto, ela foge daquilo representado
pela amiga Fabíola: a moça de família cristã que fez tudo conforme o figurino, se
casou com o namorado, teve filho, mas leva uma vida normal, sem o glamour que
Quilly garante que terá.
- E nesta
jornada, acompanhamos como uma mente extremamente observadora e inteligente consegue
aproveitar o melhor de cada situação e a previsibilidade das demais pessoas
para atingir seus objetivos. Ao mesmo tempo, percebemos como o ressentimento e
a amargura podem explodir e dar vazão à violência. Porque, ao conseguir
enganar, passa a crer que pode tirar qualquer coisa - e pessoa – do caminho. E muitas
vezes, este tipo de personalidade nem sempre é fácil de detectar a tempo de
impedir. Só que, como não existe crime perfeito, há espaço para que seja feita justiça,
trasvestida de vingança.
-
Não sei se é um livro que vai agradar a todos os públicos, justamente pela protagonista que vive
sob um código moral próprio e destoante do que a gente vê por aí “na sociedade”.
Se fosse homem, seria visto como “natural”. Por ser mulher, causa o
estranhamento. No entanto, mesmo as pessoas que tem certeza de que melhor se
conhecem, podem se surpreender – e causar surpresas – com as suas atitudes. E
pena que não posso falar mais, porque não quero dar spoilers. Vocês ficam
convidados a ler e tirar suas próprias conclusões.
-
Links: Goodreads livro e autora;
Skoob;
mais da autora no Literatura de Mulherzinha.
Bacci!!!
Beta
Divar é uma coisa, mas ser inescrupulosa é uma coisa muito diferente ! Essa mulher não cativou minha simpatia, ainda que essa personagem tenha aproveitado circunstâncias e pessoas que surgiram simplesmente. Oh, manipuladora !
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