Ciao!
Ah essa
tal curiosidade! Quando li a sinopse, tive a intuição de que seria um livro
que, no meu atual momento, não seria ideal para mim. Mas sabe quando a gente ignora
e lê assim mesmo?
Então,
é uma boa síntese da minha experiência.
E não
é um livro ruim. Só mexe em algumas coisas que ainda não tive tempo suficiente
de curar.
Meus dias com você – Clare Swatman – Editora
Arqueiro
(Before
you go - 2017)
Personagem:
Zoe Williams
Zoe e
Ed se amavam, mas o casamento, por uma série de fatores, não ia bem. Até o dia
em que ele saiu de casa para trabalhar, foi atropelado e morreu. O luto consome
Zoe. E por alguma razão inexplicável, ela se vê de volta no tempo, revisitando
datas-chave da relação deles. Agora o dilema dela é outro: seria uma chance de
mudar o destino? Seria ela capaz de evitar que Ed morra?
Comentários:
Io per difendere
Gli errori miei
Non sono bravo epoi
Non lo farei
E dirti è colpa mia
Non serve più
Le conclusioni ormai
Le hai tratte tu
- Para
situar as pessoas que estão visitando o Literatura de Mulherzinha pela primeira
vez, passei por algumas perdas nos últimos anos e definitivamente não tive tempo
de lidar propriamente com o luto porque surgiram outras situações emergenciais (e
as respectivas consequências) a serem resolvidas. Ao mesmo tempo, passei a
tropeçar com alguns livros que me forçavam a rememorar o que houve (já disse
que não duvido da frase “Deus escreve certo por linhas tortas”). Como comentei,
a sinopse me avisou de que Meus Dias com
Você era uma leitura potencial neste sentido. Pensei em escapar dela (como
consegui até agora de PS: Eu te amo e
A Culpa é das Estrelas). No entanto,
cá estou eu após terminar a leitura do e-book (sim outro milagre em se tratando
de mim) para falar sobre o que achei.
- Na
sinopse e logo no início, a gente é informado de que a trama gira em torno de
Zoe Williams, após a notícia da morte do marido, atropelado enquanto ia de
bicicleta para o trabalho. Ela enfrenta a incredulidade, o choque, o desespero,
a dor e aquele momento do luto onde nada mais parece ter o menor sentido. E no
caso específico, um sentimento de remorso porque o casamento não corria bem,
embora os dois se amassem. Até que, sem entender como, ela tem a chance de
voltar ao passado e reencontrar Ed no dia que eles se conheceram, no primeiro
dia na universidade, 20 anos antes.
E mi dirai
Restare qui che senso ha
E ti dirò
Ricominciamo
Non si può
- A
princípio, um pouco perdida, Zoe logo percebe a dinâmica: ela está revivendo
datas importantes no relacionamento com Ed. Primeiro ela aproveita para rever e
diminuir saudade do então futuro marido. Depois percebe que é difícil agir em
situações onde ela sabe o que acontecerá nas horas seguintes e até mesmo no
futuro das pessoas que reencontra. Até que começa a se questionar por quanto
tempo ainda terá a chance de rever Ed. E surge o dilema: seria ela capaz de
alterar a linha do tempo e impedir que a tragédia aconteça?
Bugie che sfiorano
La verità
La frase solita
Così non va
Sei stata brava tu
Lo ammetto anch'io
Se puoi decidere
Al posto mio
- Mais
que um livro sobre a morte (ou não) de um marido, é uma trama sobre a vida que
Ed e Zoe tiveram. O grande amor que os unia teve que enfrentar desacertos,
desencontros e mesmo projetos de vida diferentes. E havia razões para Zoe acordar
em determinados dias e não em outros. Como que ambos deixaram coisas ruins
acontecerem na relação eles. Como que o sofrimento foi inevitável diante das
consequências das decisões tomadas que eles pensaram que dariam conta e não
deram.
Mai
Riamarti certo mai
Eppure lo vorrei
Ma intorno non ci sei
Mai riamarti forse mai
Ma scordare non si può
Quello che mi hai dato tu
- É
uma história de amor, com todas as dores que ele traz, sem a visão cor de rosa
de “happy end”. Nem todo casamento é 100% felicidade. Muitas vezes, mesmo se
amando, as pessoas se machucam, sofrem e causam sofrimento. Ao reviver os
momentos, Zoe tem a exata noção do preço que pagou por determinadas atitudes. E
a cada página virada, a cada mudança que ela tenta fazer na linha do tempo, a
gente se pergunta se será suficiente ou se, como dizem os árabes, Maktub – está escrito.
Mai riamarti non potrei
Ma i giorni che mi dai
Son qui dentro di me
Mai
Riamarti forse mai
Ma domani quando andrai
Qualche cosa lascerai
- O mérito
do livro é mostrar que precisamos aproveitar cada momento, porque na vida real,
certos milagres não acontecem: não é possível revisitar o passado e tentar
intervir no destino. A gente precisa ter a exata noção do que e de quem estamos
arriscando – e o quanto sacrificamos nossos verdadeiros sentimentos e sonhos – ao
investir em certos comportamentos. Não podemos prever o futuro, fica a lição
que se aproveitarmos o melhor que o amor – por um parceiro, pela família, por amigos
– nos oferece sem nos deixarmos afogar por nossos medos e inseguranças, tudo (seja
lá o que for) valerá a pena.
-
Links: Goodreads livro e autora;
site da autora;
Skoob;
mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Bacci!!!
Beta
- Ps.:
Quem viu as resenhas recentes, já percebeu que estou em uma vibe total de
músicas italianas. Para quem não conheceu a música citada (que começou a tocar em
loop na minha mente durante a leitura – sim, meu cérebro apronta isso comigo - até
eu procurar a letra e perceber que tinha muito a ver com o livro), ela se chama Mai (Nunca) e é um dos sucessos de
Peppino de Capri (para dar um descanso aos rapazes do Il Volo, minha companhia constante nas últimas semanas). Se
quiserem ouvir, eis o áudio versão LP “batata frita” (entendedores vintage entenderão).
0 comentários :
Postar um comentário