Ciao!
Que livro
mais doce, acalantador, delicado e forte.
Eu me
lembrei de quando era criança e vou explicar o por quê.
Amoras – Emicida com ilustrações de Aldo
Fabrini – Companhia das Letrinhas
(2017)
“Amoras”
é inspirado na canção de mesmo nome do “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos eLições de Casa…”,
mas podem ficar tranquilos que a abordagem é diferente. E
tão cativante quanto.
Basicamente
fala sobre reconhecimento. Representatividade. A validação da própria
existência.
E de
uma forma tão singela que você embarca na profundidade da mensagem sem se dar conta.
Essa
garota das fotos sou eu. Queria que ela tivesse tido um “Amoras” para ler e
entender desde pequena que não tinha problema em não ser igual a todo mundo.
Porque
– devido a vários outros motivos que não cabem aqui - ela sentia que precisava de um lugar para
pertencer. Mas as pessoas diziam que ela não era bonita. Que tinha o cabelo
bagunçado demais. Que era mais alta que os outros. Que era mais desajeitada e
meio moleque (porque adorava jogar futebol – no caso, correr atrás da bola).
E quando
os dentes definitivos resolveram nascer bem tortos, ela passou a ter vergonha
de si mesma. Não gostava de sair em fotos sorrindo.
Para completar,
o mundo dizia que ela não era bonita. Não era loira, não tinha cabelo liso e
estava longe de ser delicada.
Como é
que um ser humano assim se sentiria bom para alguém?
Embora
a verdadeira pergunta é: como um ser humano assim se sentiria bom o suficiente para si
mesma?
Ao mesmo
tempo, encontrou um universo paralelo nos livros. Lá ela assumia suas diversas
personalidades: era corajosa, era arrojada, era bonita. Tudo aquilo que se
acostumou a não ser na vida real - incluindo os elogios em que não acreditava - era nas páginas dos livros.
Aí finalmente
encontrou uma princesa que a representava: Jasmine. Sim, a
menina brasileira de sangue misturado se identificou com a princesa de um conto árabe. Ela me
mostrou que eu poderia ser tudo – menos ter um tigre de estimação, obviamente.
Jasmine
foi uma das “Amoras” que encontrei em minha vida.
E aqui
voltamos à história narrada por Emicida e com as lindas ilustrações de Aldo
Fabrini. A gente tem que mostrar para as crianças exemplos positivos onde elas
se reconheçam, compreendam e desenvolvam amor-próprio, pensamento crítico
e aprendam a encontrar a beleza na simplicidade dos pequenos grandes momentos da vida.
* O livro me fez lembrar do motivo que deixou este
menininho feliz com o boneco que viu na loja *
E
parabéns ao Emicida por perceber a incrível poesia do aprendizado que teve com
Estela e compartilhar isso conosco. Vou recomendar para todas as crianças-pais
que conheço para curtirem a doçura de “Amoras” com suas crianças-filhos-e-filhas!
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Links: Goodreads livro, autor e ilustrador; site do autor; site da editora;
Skoob.
Bacci!!!
Beta
Gostei muito desse livro. Obrigada por compartilhar sua história. Abraço!
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